O Primeiro Ministro da Índia, Nerendra Modi, prometeu uma ação dura contra uma multidão que obrigou duas mulheres Cristãs a desfilar nuas pelas ruas durante um ataque mortal no estado de Manipur, no nordeste do país.
Uma das vítimas, uma mulher de 21 anos, relatou ter sido estuprada em grupo e a segunda mulher, de 42 anos, disse ter sido molestada e agredida.
O pai e o irmão de uma das mulheres foram mortos tentando protegê-las.
O prédio de uma igreja foi incendiado no estado de Manipur, no nordeste do país, onde o povo Kuki, de maioria Cristã, sofre muito com a violência contínua. Mais de 120 pessoas foram mortas e cerca de 60.000 deslocadas, a maioria delas Cristãs [Crédito da Imagem: James Tungnung]
Descrevendo o ataque às mulheres como "vergonhoso", Modi disse, "Os culpados não serão poupados. O que aconteceu com as filhas de Manipur nunca pode ser perdoado.”
Ele acrescentou, "Meu coração está cheio de dor e raiva.”
O ataque às duas mulheres Cristãs aconteceu no dia 4 de maio, mas só veio à tona quando um vídeo delas sendo arrastadas, apalpadas e obrigadas a desfilar nuas por homens armados se tornou viral nas redes sociais no dia 19 de julho, provocando grande indignação. Uma terceira mulher teria sido forçada a se despir, mas ela não aparece no vídeo.
O Ministro Chefe de Manipur, N. BIren Singh, chamou o incidente de "crime contra a humanidade", anunciando que a polícia estadual prendeu um homem de 32 anos relacionado ao ataque.
“Uma investigação completa está em andamento," disse Singh. “Garantiremos que medidas rigorosas sejam tomadas contra todos os perpetradores.”
Cerca de 120 Cristãos mortos e milhares deslocados
Os comentários de Modi, feitos no dia 20 de julho, foram suas primeiras declarações públicas sobre a violência contra o grupo tribal de maioria Cristã Kuki (também conhecido como Kuki-Zo) em Manipur, perpetrada por extremistas da etnia Meitei.
Mais de 120 pessoas – a maioria delas Cristãs – foram mortas desde que os problemas eclodiram em maio, enquanto mais de 250 igrejas foram incendiadas e centenas de casas destruídas. Aproximadamente 60.000 pessoas – novamente, a maioria Cristãs – foram deslocadas.
Primeiro Ministro da Índia, Narendra Modi, realizou uma coletiva de imprensa no dia 20 de julho, na qual condenou o desfile de duas mulheres Cristãs nuas, obrigadas por uma multidão [Crédito da imagem: Sansad TV]
“Depois que esta violência estourou, eles se mudaram para lugares diferentes para salvar suas vidas,” disse um ministro da igreja em Manipur. “Eles querem voltar, querem se reestabelecer,” acrescentou.
"Os que foram expulsos de suas casas buscaram abrigo na selva, mas estão ficando sem alimentos básicos como arroz, batatas e cebolas, enquanto a comunicação é dificultada pela falta de conexão com a internet. No entanto, eles não podem voltar para suas casas devido ao risco de ataque e até morte nas mãos dos extremistas."
Mesmo que a situação seja controlada, os Cristãos continuarão a lutar com o trauma do que experimentaram e com o medo contínuo de serem alvos novamente.
O preconceito anticristão está por trás de grande parte da violência, como demonstrado pelos ataques a igrejas e casas de líderes religiosos.
De fato, extremistas entre o povo Meitei também realizaram ataques contra a pequena comunidade Cristã Meitei.
Ore pela cura mental, espiritual e física de nossas irmãs Cristãs após esta terrível provação. Peça consolo para os entes queridos do pai e filho Cristãos assassinados pela multidão. Ore para que as necessidades urgentes dos crentes deslocados pela violência em Manipur sejam supridas e que a violência no estado chegue ao fim.
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